domingo, 30 de maio de 2010

BOQUEIRÃO

Boqueirão, cidade do interior paraibano, foi fundada por volta de 1670, por Antônio de Oliveira Lêdo, filho do Capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo e de sua primeira esposa, Isabel Paes, bandeirante, emigrante da Bahia, também Capitão, casado duas vezes, a primeira com Joana Batista Acióli, a segunda, com Emerenciana de Lucena.Ele foi também fazendeiro, possuidor de muito gado no sertão de Piranhas e no Cariri, e faleceu em 1751. Pai de cinco filhos, três do primeiro casamento e dois do segundo.

Como se sabe,a família Oliveira Lêdo teve um papel crucial e diferenciador nas entradas de gado no sertão paraibano. Foram os Oliveira Lêdo os primeiros a se situarem no interior da Paraíba, a uma distância superior a 14 léguas de distância do mar.

A priori, se fixaram onde, atualmente, está localiada a cidade de Boqueirão, então denominada Carnoió, terra dos ferozes índios Cariris. A fazenda dos Oliveira Lêdo tornou-se, então, o centro irradiador da ocupação do Sertão.

O Arraial de fundação da cidade, pouco tempo depois, serviu como ponto referencial para aqueles que procuravam passagens para explorar os sertões da Paraíba. O nome “BOQUEIRÃO”, que o Dicionário Aurélio define como [sm. 1. Bocarra; 2. Abertura em encosta marítima, rio ou canal], origina-se, justamente, de um grande corte que o rio Paraíba fez na serra de Cornoió.


Desde o tempo de sua fundação, tornou-se célebre a famosa missa de Natal nesta cidade, pelo fato de arrastar centenas de pessoas para essa liturgia; o que, provavelmente, justificaria, dada a proximidade em datas, a tradição da tão famosa Festa de Janeiro de Boqueirão. Todavia, sobre a origem desta festa, existem apenas conjecturas e algumas versões que não atestam tal relação. Conta-se que nesta época, uma média de 300 Km eram percorridos por gentes vindas do Piranhas e Piancó. Era a fé católico-cristã batendo nos corações nordestinos que buscavam o conforto para a vida e o encontro com Deus. Aliado a isso, o espírito festivo que imperava naquelas pessoas que ansiavam por encontros com familiares, com amigos e diversão as motivavam na busca de entretenimento.


Existem, ainda, no imaginário do cidadão boqueirãoense, muitas histórias, lendas e mitos, acerca da origem do município e seus personagens fundadores, bem como de muitas outras histórias de seus moradores e pessoas de alto prestígio social que passaram por Boqueirão. Tais histórias, ainda hoje, circulam nas rodas de conversa entre amigos que se reúnem no Mercado Público Municipal, histórias reais, ficcionais, tristes e engraçadas, enfim, “causos” que permanecem em aberto para futuras especulações e estudos culturais.

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

A independência da cidade, no seu aspecto administrativo, ocorreu em 1959, embasada pela Lei n. 2.078 de 30 de abril, desmembrando-se da vizinha cidade de Cabaceiras e ficando formada por 5 distritos, a saber: Sede, Alcantil, Bodocongó, Caturité e Riacho Santo Antonio.

A cidade de Cabaceiras serviu apenas como limite para o município de Boqueirão, que estava adquirindo sua emancipação administrativa, consequentemente, uma vida própria para alocar individualmente seus recursos.

DADOS GEOGRAFICOS

Na classificação das micro-regiões, BOQUEIRÃO encontra-se na micro-região dos Cariris Velhos, tendo por limites demarcatórios ou fronteiriços as cidades de Campina Grande, Caturité, Cabaceiras, Barra de Santana e Riacho de Santo Antônio. O seu comércio quando da emancipação política até bem próximo era normalmente feito em Campina Grande, entretanto, a maioria de seus produtos, que são exportados, vão para essa cidade, devido a sua demanda precisar destes produtos, que atendem muito bem àqueles que necessitam.

Hoje, a cidade apresenta uma estrutura comercial bastante diversificada, com micro e pequenos empresários que investem tanto no comércio de bens de consumo quanto nas construções e moradias; como também, empresários do setor têxtil, tanto artesanal quanto industrial, como é o caso do comércio de tapetes e redes, e da confecção de roupas em jeans.

Com relação à produção artesanal de redes e cobertores, Boqueirão já foi conhecida como uma das cidades mais ativas na produção e comercialização destes produtos. Todavia, sofreu, durante um longo período, um decréscimo considerável desta atividade comercial. Boqueirão, antes da emancipação política de seus distritos, cobria aproximadamente 1.257 km², no posto de 3º maior Município do Estado, em extensão territorial na Paraíba.

No aspecto demográfico, constata-se que, em 1960, a população do município era de 19.600 habitantes, com uma densidade demográfica de 15,99 hab/Km². Para o ano de 1970 a densidade demográfica era de 20.92 hab/Km². Do total da população 12.903 eram do sexo masculino e 13.404 do sexo feminino. Entretanto, na zona rural, viviam em 1970, 21.721 habitantes. Já em 1980 a população municipal era de 30.624 habitantes, sendo 14.874 do sexo masculino e 15.874 do sexo feminino. A densidade demográfica era de 24,36 hab/km². No total da população houve um crescimento apreciável no seu contingente, em todo o território municipal.

Atualmente, cobre uma área de 425 Km2, com uma população de 15. 877 habitantes, com densidade demográfica de 37,4 hab/km², segundo dados do IBGE/2006. No que se refere a acidentes geográficos, temos, em Boqueirão, a serra de Cornoió com 800 metros pertencente ao conjunto da serra da Borborema.

CLIMA

No tocante ao aspecto climático, verifica-se o clima quente e seco, com temperatura máxima em torno de 37º e mínima de 16º. O mês de março é o começo do inverno, que termina em julho de cada ano. Deste modo, considerando que tal projeção climática não fuja destas perspectivas meteorológicas, o clima da região acaba impulsionando uma economia de subsistência, no cultivo de uma agricultura rasteira e até uma atividade de pesca, que é a salvação daqueles que não tem condições de sobrevivência em outros lugares.

AGROPECUÁRIA

Através do Projeto Cooperar, o Governo do Estado tem investido em Boqueirão, contemplando 241 famílias, assim distribuídos: agroindústria de Derivados de Cactus, no Sitio Moita; agroindústria de derivados de Cactus, no Sitio Moita, apoio ao artesanato no Sitio Tabuado; sistema de abastecimento d’água singelo no Sitio Tanques / Tanque Comprido; sistema de abastecimento d’água singelo nos sítios Olho d’água e Roberto; sistema de abastecimento d’água singelo, no Sítio Mineiro; e apoio a caprinocultura nos Sítios Carcará / Urubu. Em eletrificação rural, a previsão é de 64 ligações. O Governo também investe na construção de Matadouro Publico na cidade.

CULTURA

A atividade cultural de Boqueirão, até bem pouco tempo atrás, concentrava-se apenas nas Quadrilhas Juninas e Festas de Padroeira animadas por grupos locais e pela Filarmônica Municipal, além da apresentação anual das peças teatrais da Paixão de Cristo e Natal. Além disso, também eram famosas as vaquejadas que contavam com a presença não apenas da vizinhança, mas, até mesmo, de pessoas vindas de outros Estados do Nordeste. As cantorias de violeiros também marcam as festas tradicionais do município, atividade esta ainda hoje realizada, todavia não muito valorizada pelo público.

Atualmente, Boqueirão exporta arte em todos os sentidos. São inúmeros os seus filhos que, pela Paraíba e pelo Nordeste como um todo, apresentam toda a riqueza de sua música (como é o caso do saxofonista Sarayva), dança, literatura, dramaturgia, etc. Podemos destacar a Filarmônica Municipal, o grupo Kiriri Band, a orquestra de frevo, as companhias de dança municipais, os grupos de chorinho, seus violonistas e, mais recentemente, seus escritores – poetas e poetisas, contistas e ensaístas.


Kiriri Jazz BandO suporte da Prefeitura Municipal e dos Governos Estadual e Federal tem alavancado a produção cultural de Boqueirão, que realiza já há três anos o Balaio Cultural, que teve sua primeira edição em 2005 e, em 2007, sua segunda edição, que contou com cerca de 140 artistas vindos de vários estados brasileiros, como Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. No II Balaio Cultural, foram realizados espetáculos de dança, música, teatro, congresso de violeiros, além de seminários, oficinas de artes, feira de artesanato e exposição fotográfica. Destacaram-se, entre outros artistas, os professores André de Sousa, do Mato Grosso do Sul; Duda Braz, de São Paulo; Carlos Henrique, de Minas Gerais e Flávio Fortaleza, de Santa Catarina. A Paraíba esteve representada por grupos do próprio município e das cidades de Campina Grande, Alcantil, Cajazeiras, Sousa, Monteiro e Riacho de Santo Antônio.


De acordo com a avaliação dos organizadores, mais de 2.500 pessoas prestigiaram o acontecimento, com uma média de 500 participantes por noite, o que mostra a evolução cultural do município no cenário Paraibano e Nacional, sem sombra de dúvidas.

Boqueirão viu nascer, também em 2007, a “Parede poética”, evento que apresentou à sociedade boqueirãoense a literatura engajada do poeta e deputado Dunga Júnior[2], bem como as poesias de Paulo da Mata, Jane Luiz Gomes, Marilândia Pereira, Mirtes Waleska e Malcy Negreiros.

Mesorregião Borborema
Microrregião Cariri Oriental

Municípios limítrofes Campina Grande, Caturité, Cabaceiras, Riacho de Santo Antônio e Barra de Santana.

Distância até a capital 146,0099 quilômetros
Características geográficas
Área 425 km² km²
População 15.877 hab. est. 2007
Densidade 37,4 hab./km²
Altitude 355 m metros
Clima Tropical Chuvoso, com verão seco.
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,608 PNUD/2000
PIB R$ 60.838 mil reais IBGE/2005
PIB per capita R$ 3.160,31 IBGE/2003

Boqueirão » História

Foi em 1670 a chegada de Antônio Oliveira irmão dos bandeirantes Pascácio de Oliveira e Custódio de Oliveira, vindos da Bahia. O arraial ali fundado serviu de como base de operações para as caravanas que se dirigiam para o interior com o sentido de conquistar o carirí e grande parte do sertão paraibano. O nome Boqueirão originou-se de um grande corte que o Rio Paraíba faz na Serra do Carnoió.


Podemos afirmar que Boqueirão foi a primeira localidade do interior a ter uma capela regular com um missionário enviado especialmente de Pernambuco, primeiro estado a manter comunicação com o promissor povoado. A missa celebrada no Natal de Boqueirão era uma celebridade vinham pessoas de toda a região para assistí-la.
Fonte: FAMUP

BOQUEIRÃO TAMBÉM É FAMOSA PELO SEU AÇUDE QUE É UM DOS MAIORES DO BRASIL , AÇUDE ESTE QUE ABASTECE A CIDADE DE CAMPINA GRANDE E VÁRIAS OUTRAS  CIDADES VIZINHAS, SEUS PRINCIPAIS AFLUENTES SÃO OS RIOS PARAIBA E TAPEROÁ. NOS ANOS MUITO CHUVOSOS QUE O AÇUDE SANGRA, E SUAS SANGRIAS NÃO DÃO CONTA DA VASÃO DA ÁGUA QUE CHEGA AO RESERVATÓRIO, AS ÁGUAS REPRESAM E INVADE A CIDADE DE  CABACEIRAS CAUSANDO TRANSTORNO E PREJUIZOS PARA A CIDADE VIZINHA.

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